domingo, 8 de maio de 2011

"Incertezas"


     Meu dia depois da nostalgia foi monótono, e a noite era fria e vazia. Passei horas sem ter o que fazer, e então viajei no meu interior, vi diversas pessoas, fui a vários lugares, mas enfim, parei em você.

     Com tantas incertezas desmoronei em angustias, me perguntava se estava conseguindo te fazer feliz, e como não pude aguentar minha própria solidão interior, saí para caminhar pelas ruas mais desertas e sombrias.

     Nem a beleza da lua conseguiu me dar às respostas que procurava, para mim, aquelas estrelas no céu já não tinha brilho algum. Acendi um cigarro, fumei-o lentamente, não queria ter que voltar pra aquele quarto, pois já sabia que só restaria naquela noite eu e meu reflexo.

     Mas não tive forças para fugir, então resolvi que já não podia mais lutar, estava acabado. Mal tive forças pra me jogar debaixo do chuveiro, arrastando-me pelos cômodos bagunçados entrei no banheiro e me assustei.

     Meus olhos... Não pareciam meus!

     Cheios d’água e com as portas da alma fechadas, nem eu mesmo entendia o que eles expressavam, consegui me sentir pior. De cabeça baixa, deixava aquela água escorrer pelo meu corpo, mas não sentia limpar minhas dores.

     O que restou para essa noite quase sem vida foi escrever, na esperança de que essa incerteza se vá junto com todas as palavras, e que essas centenas de dúvidas vão acabando, e se acertando como cada letra desse desabafo confuso.

     E enquanto não crio coragem, fujo ao reflexo do meu próprio olhar.




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